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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A Lenda da Rosa


A Lenda da Rosa

Dizem que quando a Terra
Passou a ser habitação de forças vivas
Nas telas primitivas, tudo era agitação e festa.
As cidades nasciam em singelas aldeias na floresta.
A beleza imperava, o verde resplendia.
A vegetação se espalhava e crescia
Dando refúgio aos animais
Do mais simples ao mais forte.
O progresso alcançava as marcas de alto porte.
No campo as plantas todas, respiravam felizes.
Da folhagem ao vento a calma das raízes.
Era um mundo de esplendores, adornado de flores...

Com uma estranha exceção:
Tão somente o espinheiro era triste e sozinho
Uma espécie de monstro no caminho
De quem ninguém se aproximava
Todo feito de pontas agressivas
Recordando punhais de traiçoeiros corte
Que anunciavam dor e feridas de morte.
De tanto, tanto padecer
Tristeza, desespero e solidão
Um dia o espinheiral fitou o céu azul imenso e disse em oração:
-Senhor que fiz de mau para merecer ser espancado, esquecido? Todos
me
evitam cautelosamente como se eu não devesse haver nascido.
Compadece-te o Pai da penúria que trago.Terei culpa das garras que me
deste? Ora! Acendes astros mil para a noite celeste. Vestes a
madrugada em mantilha vermelha, concedes lã as ovelhas, inteligência
aos cães, cântico as aves. Estendeste no chão a bondade das fontes
que deslizam suaves.
Não me abandones o Pai as pedras do caminho, se posso não quero
oferecer apenas espinhos, anseio a ser perfume, cor, harmonia,
beleza, para falar de Ti todos os dias através das Leis da Natureza.

Dizem que Deus ouviu a inesperada prece do espinheiral e ordenou que
o
orvalho lhe trouxesse um prodígio imortal.
Na seguinte manhã, logo após a alvorada, por entre exalações
maravilhosas o homem descobre de alma encantada, que Deus para
mostrar-se o Pai bondoso amigo e companheiro, atendendo a sincera
oração pusera no pobre espinheiro, a primeira de todas as rosas.

Poema: Maria Dolores. Adaptação e interpretação: Helen Francine

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